Após três meses de investigação, a Polícia Civil do Acre prendeu na manhã desta quinta-feira (23), na cidade de Brasileia, distante 232 km da capital, o estudante de medicina José Cleumar Rodrigues Ribeiro, de 35 anos, suspeito de tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, Ribeiro comprava droga na Bolívia, onde cursava medicina, e vendia nas cidades do Acre. Três compassas do jovem já haviam sido presos em maio deste ano, de acordo com a polícia. O jovem foi preso com R$ 6 mil em dinheiro e algumas caixas de som, que a polícia acredita que eram usadas para esconder os entorpecentes.
O delegado de Polícia Civil, Rêmullo Diniz, disse que após a prisão dos três suspeitos realizada em maio, a polícia continuou as investigações para provar a participação do estudante no crime. Na época, o delegado destaca que os três suspeitos foram presos com 2 quilos de cocaína pura.
“Ele confessou que conhecia um dos suspeitos. Temos imagens fotográficas dele na casa desse suspeito. O trabalho deles era bem elaborado já que a droga era escondida dentro de caixas de som”, afirma Diniz.
Ainda segundo o delegado, o entorpecente trazido da fronteira era comercializado nos munícipios de Sena Madureira, Feijó e a capital acreana. Diniz disse ainda que foram encontradas várias caixas de som na casa de Ribeiro e que posteriormente seriam usadas como esconderijo da droga. “Não dava para desconfiar, pois eles trocavam algumas peças, para compensar o peso, e substituíam pela droga”, afirma.
O diretor de polícia da capital e do interior, delegado Nilton Boscaro, destacou o trabalho realizado em parceria com os policiais do interior do estado. Os suspeitos devem responder por tráfico de drogas e associação ao tráfico, segundo Boscaro. "Tivemos um trabalho incessante e a Polícia Civil vinha monitorando essa quadrilha desde Sena Madureira. Eles traziam cocaína da Bolívia, entravam no Brasil e dali distribuíam para os municípios do estado. Foi um golpe duro na criminalidade", explica.
Ao G1, o estudante disse que é inocente e que nunca teve envolvimento com drogas. Ele afirma que conhece apenas um dos suspeitos apontados pela polícia como seu comparsa, porém, que não tem nenhum envolvimento com tráfico de drogas.
“Não conheço essas pessoas, me deram dois nomes e disse que não conheço. Faltam dois meses para eu terminar meu curso de medicina e estava fazendo residência em Cobija. Não tenho condições nem de pagar minha faculdade, estou devendo várias mensalidades. Nunca vendi droga para ninguém, tenho dois filhos, tenho esposa. Estou desesperado”, argumentou.
